Quem é quem no Mercado de Investimentos

No universo dinâmico dos investimentos, uma variedade de profissionais se dedicam a auxiliar investidores individuais. Cada especialista possui atribuições e responsabilidades distintas, que desempenham papéis fundamentais na relação com o investidor. Neste post, vamos explorar as diferentes funções e obrigações desses profissionais, esclarecendo como cada um pode influenciar suas decisões financeiras.

O Agente Autônomo de Investimentos (AAI) é um profissional pertencente ao sell side(sell side é formado por instituições e agentes que atuam na posição de vendedores perante os investidores, seja de investimentos, seja de informações), regulamentado pela Instrução CVM n. 497/11 e credenciado pela ANCORD. Esse profissional pode ser tanto uma pessoa física quanto uma pessoa jurídica, contanto que seja composta exclusivamente por sócios que sejam AAIs individualmente.

Funções Principais:

  1. Interação com Corretoras: O AAI atua como preposto de corretoras de valores mobiliários, desempenhando funções como a prospecção e captação de clientes, registro de ordens e fornecimento de informações sobre os serviços das corretoras parceiras.
  2. Vinculação com Corretoras: Para oferecer ativos aos seus clientes, é imperativo que um AAI esteja vinculado a uma corretora. Ele não possui plataforma própria de produtos ou investimentos, dependendo da corretora com a qual está associado.
  3. Transparência: É fundamental que o AAI informe claramente aos seus clientes a corretora à qual está vinculado.

Assessor x Consultor de Investimentos:

Embora frequentemente usados como sinônimos, é importantíssimo distinguir entre “Assessor de Investimentos” e “Consultor de Investimentos”. Enquanto ambos podem “recomendar” investimentos, a natureza dessa recomendação varia. Um AAI pode indicar um ativo para venda, já um consultor orienta onde adquiri-lo. Em ambos os casos, a decisão final de compra ou não é do investidor.

Remuneração e Transparência:

Contrariamente ao que muitos pensam, o serviço do AAI não é gratuito. Embora o investidor não pague diretamente ao AAI, este é remunerado através de uma porcentagem da taxa recebida pela corretora, deduzida do valor investido pelo cliente. A analogia pode ser feita com um vendedor de uma loja de roupas: você paga pela roupa, mas o vendedor recebe sua comissão da loja.

O que é proibido ao AAI

  • Ser procurador ou representante legal de clientes.
  • Manter vínculo com mais de uma instituição contratante (exceto no caso de fundos).
  • Receber de clientes ou em nome de clientes, ou a eles entregar, por qualquer razão e inclusive a título de remuneração pela prestação de quaisquer serviços, numerário (dinheiro), títulos e valores mobiliários ou outros ativos.
  • Prestar serviços de administração de carteira de valores mobiliários, consultoria ou
    análise de valores mobiliários.
  • Atuar como preposto de instituição integrante do sistema de distribuição de valores
    mobiliários com a qual não tenha contrato.
  • Delegar a terceiros, total ou parcialmente, a execução dos serviços que constituam
    objeto da atividade de AAI.
  • Usar senhas ou assinaturas eletrônicas de uso exclusivo do cliente para transmissão
    de ordens por meio de sistema eletrônico.
  • Confeccionar e enviar para os clientes extratos contendo informações sobre as opera
    ções realizadas ou posições em aberto.
  • Utilizar materiais que não tenham sido aprovados pela instituição a que se vinculam.
  • Adoção de sinais distintivos do próprio agente autônomo de investimento,
    desacompanhados da identificação da instituição contratante.
  • Referência à relação com a instituição intermediária com expressões que dificultem
    a compreensão da natureza do vínculo existente, como “parceira”, “associada” ou
    “afliada”.

Analista de Investimentos

No mundo dinâmico dos investimentos, a figura do Analista de investimento se destaca como um pilar fundamental para muitos investidores. Mas o que exatamente faz um analista e como ele se enquadra no universo regulamentado dos investimentos? Vamos explorar!

Regulação e Credenciamento

Primeiramente, é importante entender que a atividade de análise de investimentos está rigorosamente regulamentada pela Instrução CVM 598/18. Além disso, os profissionais que exercem essa função são credenciados e supervisionados pela Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais (Apimec). Seja pessoa física ou jurídica, é imperativo que esses analistas estejam devidamente registrados perante os órgãos reguladores.

O Que Analisam os Analistas?

Os analistas não estão vendendo ativos em si, mas sim informações valiosas sobre eles. Através da elaboração de relatórios de análise técnica, esses profissionais oferecem insights baseados em técnicas e informações públicas sobre empresas e o mercado em que operam. Esses relatórios podem conter recomendações de compra ou venda, mas é vital entender que essas recomendações são baseadas no ativo e não no perfil específico de um investidor.

Limitações e Esclarecimentos

É essencial destacar que os relatórios de análise não são personalizados para atender a perfis individuais de risco. Um analista ao recomendar uma ação não considera o perfil específico do investidor. Isso porque a atividade do analista está focada exclusivamente na análise de valores mobiliários e não na recomendação de investimentos personalizados.

A Importância do Relatório de Análise

Relatórios de análise podem assumir várias formas, desde textos e estudos até apresentações e vídeos. No entanto, é fundamental compreender que esses relatórios servem como uma fonte valiosa de informação para a tomada de decisões de investimento. No entanto, a decisão final deve considerar outros fatores, como o perfil de risco do investidor e condições macroeconômicas.

O que é proibido ao Analista de Investimentos

  • Emitir relatórios de análise com finalidade de obter vantagem indevida.
  • Omitir informações sobre conflito de interesses em que esteja envolvido no exercício de suas atividades.
  • Negociar, em nome próprio ou de terceiros, valores mobiliários objeto dos relatórios de análise que elabore ou derivativos lastreados em tais valores mobiliários por um período de 30 dias anteriores e 5 dias posteriores à divulgação do relatório de análise sobre tal valor mobiliário ou seu emissor.
  • Negociar, em nome próprio ou de terceiros, em sentido contrário ao das recomenda ações ou conclusões expressas nos relatórios de análise que elaborou, por até 6 meses contados da data de divulgação do relatório, ou até a publicação de um relatório em sentido contrário, o que ocorrer primeiro.
  • Participar, direta ou indiretamente, em qualquer atividade relacionada a oferta pública de distribuição de valores mobiliários, incluindo esforços de venda de produto ou serviço no âmbito do mercado de valores mobiliários e esforços para angariação de novos clientes ou trabalhos.
  • Participar da estruturação de ativos financeiros e valores mobiliários.
  • Participar, direta ou indiretamente, de qualquer atividade ligada à consultoria financeira em operações de fusões e aquisições.
  • Divulgar o relatório ou seu conteúdo, ainda que parcialmente, para pessoa que não faz parte da equipe de análise antes de sua publicação.

Consultor Investimentos

No universo dos investimentos, o papel do Consultor de Investimentos é primordial para orientar e aconselhar os investidores de maneira eficaz. Mas o que exatamente esse profissional faz e como ele se diferencia de outros papéis no mercado financeiro? Vamos explorar isso!

O que é um Consultor de Investimentos?

Primeiramente, é vital entender que o Consultor de Investimentos pertence ao lado comprador do mercado, conhecido como “buy side”. Esses profissionais trabalham para instituições ou atuam como agentes autônomos, prestando serviços diretos aos investidores. A relação entre o consultor e o cliente é formalizada por meio de um contrato de consultoria, e todas as atividades estão em conformidade com a instrução CVM n° 592/17.

Diferenciação Importante

Um ponto a se observar é a distinção entre o Consultor de Investimentos, o Agente Autônomo de Investimentos (AAI) e o analista. Enquanto o consultor oferece orientação e recomendações independentes e individualizadas, o AAI pode ter vínculos com uma corretora específica, limitando suas recomendações aos produtos daquela plataforma.

Independência e Transparência

Uma característica fundamental do trabalho do consultor é a independência em suas recomendações. Sem qualquer vínculo com instituições financeiras, o consultor busca sempre o melhor para o cliente, considerando todas as oportunidades disponíveis no mercado. É importante ressaltar que a decisão final de investimento sempre permanece nas mãos do cliente.

Longevidade e Planejamento

Dada a natureza independente das recomendações, os consultores tendem a adotar uma abordagem de longo prazo em vez de tentar prever movimentos de curto prazo do mercado. Isso se deve à natureza deliberada e planejada das recomendações, diferenciando-se de estratégias baseadas em “market timing”.

Processo de Suporte ao Cliente

Antes de fazer qualquer recomendação, é imperativo que o consultor conduza um processo de suitability, avaliando o perfil de risco do cliente. Isso garante que as recomendações se alinhem com os objetivos e tolerâncias de risco individuais do investidor.

Remuneração e Contrato

Por fim, o consultor sempre estabelece um contrato claro com seus clientes. A remuneração geralmente é baseada em taxas fixas ou percentuais sobre os recursos gerenciados, assegurando uma relação transparente e direta com o cliente.

O que é proibido ao Consultor de Investimento

  • Estruturar originar e distribuir produtos que sejam objeto de orientação, recomendação e aconselhamento aos seus clientes.
  • Modificar as características básicas dos serviços prestados sem autorização do cliente.
  • Garantir resultado ou rentabilidade futura ou isenção de risco aos investidores.
  • Omitir informações sobre conflito de interesses e riscos relativos ao objeto da consultoria prestada.
  • Receber qualquer remuneração, benefício ou vantagem, direta ou indiretamente, que prejudique a independência na prestação dos serviços de consultoria.
  • Atuar como procurador ou representante de seus clientes perante instituições distribuidoras com o objetivo de implementar e executar as operações que reflitam as recomendações objeto da consultoria prestada.
  • Receber remuneração pela indicação de serviços

Gestor de Recursos

Se você já mergulhou no universo dos investimentos, certamente já ouviu falar sobre a figura do gestor de recursos. Mas você sabe exatamente o que ele faz e como se diferencia de outros profissionais do mercado financeiro? Vamos explorar esse tema com mais profundidade!

Regulação e Definição

Primeiramente, é importante destacar que o gestor de recursos opera sob a regulamentação da Instrução CVM 558/15. Esta atividade não é exclusiva de pessoas físicas; empresas também podem exercê-la. Tecnicamente, a gestão de recursos é uma vertente da categoria mais ampla conhecida como “Administrador de Carteira de Investimentos”.

Além do gestor de recursos, outro profissional relacionado é o administrador fiduciário. Este último desempenha um papel essencialmente operacional e de retaguarda, sendo fundamental para o funcionamento adequado dos fundos de investimento.

O Foco na Decisão de Investimento

O essência da gestão de recursos reside na capacidade de tomar decisões estratégicas de investimento. Enquanto consultores de investimento oferecem recomendações, são os gestores que tomam as decisões finais sobre como alocar os recursos sob sua responsabilidade. E aqui está a distinção crucial: não há uma exigência normativa que obrigue o gestor a obter aprovação prévia do cliente para suas decisões, embora isso possa ser estabelecido contratualmente.

Atuação no Mercado

Os gestores de recursos têm uma gama de opções em termos de atuação. Eles podem gerir recursos para fundos de investimento ou atuar diretamente com pessoas físicas e jurídicas através do que chamamos de “carteiras administradas”. Vale ressaltar que, embora estejam predominantemente do lado comprador (buy side), eles também têm a capacidade de distribuir cotas dos fundos que gerenciam, afinal, são os profissionais mais familiarizados com os detalhes e nuances desses produtos.

O que é proibido ao Gestor de Recursos

  • Atuar como contraparte, direta ou indiretamente, em negócios com carteiras que administre, exceto (a) quando se tratar de administração de carteiras administradas de valores mobiliários e houver autorização, prévia e por escrito, do cliente, ou (b)quando, embora formalmente contratado, não detenha, comprovadamente, poder discricionário sobre a carteira e não tenha conhecimento prévio da operação.
  • Modificar as características básicas dos serviços que presta sem a prévia formalização.
  • Fazer propaganda garantindo níveis de rentabilidade, com base em desempenho
    histórico da carteira ou de valores mobiliários e índices do mercado de valores mobiliários.
  • Fazer quaisquer promessas quanto a retornos futuros da carteira.
  • Contrair ou efetuar empréstimos em nome dos seus clientes, salvo pelas hipóteses previstas na regulamentação.
  • Prestar fiança, aval, aceite ou coobrigar-se sob qualquer outra forma em relação
    aos ativos administrados.
  • Negociar com os valores mobiliários das carteiras de que administre com a finalidade
    de gerar receitas de corretagem ou de rebate para si ou para terceiros.
  • Negligenciar a defesa dos direitos e interesses do cliente

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